Ao escrever um roteiro, há elementos do mundo ficcional que está sendo criado que não serão totalmente exibidos na tela. O roteirista e o cineasta devem tornar relevantes o tempo, o lugar, os personagens e os eventos ficcionais que ocorrem na história, construindo o que conhecemos como diegese no filme ou o tempo ficcional que se presume já ter ocorrido antes de a história sendo compartilhada na tela. Mas o que é exatamente a diegese no cinema e como ela é aplicada?
O que é diegese?
Diegese é uma palavra grega que significa narração ou narrativa. A diegese no cinema vem da ideia de que existem certos elementos.
Como a diegese é usada no cinema?
O termo diegese, originário do grego (diègèsis), é utilizado na linguagem cinematográfica para se referir a tudo aquilo que é apresentado na realidade do filme, por meio da verdade do universo ficcional da história vivenciada pelos personagens.
A diegese é essencial para envolver o espectador na narrativa e tornar a experiência cinematográfica mais imersiva e convincente. Os cineastas usam a diegese para estabelecer a ambientação, desenvolver os personagens e avançar a trama, garantindo que todos os elementos do filme estejam interconectados e contribuam para a experiência geral do espectador.
Presença da voz narrativa na ação
No livro Discurso da Narrativa (1972), o crítico francês Gérard Genette comenta que existem vários tipos de narrador.
A classificação que ele faz é a seguinte:
Narrador autodiegético: É a narradora de primeira pessoa que conta uma ação que envolve a si própria.
Neste caso, a narradora também é a personagem principal ou protagonista.
Trata-se, portanto, de uma narrativa autobiográfica ou de um romance autobiográfico.
Narrador homodiegético: É a narradora de primeira ou de terceira pessoa que, por não ser a personagem principal da história, narra os acontecimentos ligados à trama.
Se esta narradora estiver presente na ação dramática, poderá ser também uma personagem secundária.
Narrador heterodiegético: Aquele que por não fazer parte da história, narra os acontecimentos.
Exemplo de diegese
Vamos usar aqui o filme Mulan (1998) para explicar de outra forma esse assunto.
É muito difícil que ao assistir esse filme que você fique pensando sobre a irrealidade de um dragão conversar com algumas estátuas de pedra. Pelo contrário, você aceita esta “verdade” como uma regra fundamental para o desenrolar da narrativa. Para essa façanha de ignorar o “irreal” e tornar essas relações legítimas, nós damos o nome de diegese.
O som realista no cinema: como ele nos conecta à história
Som diegético é o som que ocorre dentro da história e que os personagens da história podem ouvir. Assim, assim como a diegese é o mundo ficcional em que a história se passa. Incluindo os personagens, a hora, o lugar e os eventos que acontecem naquele mundo. O som diegético é o ruído que ocorre no mundo ficcional. Da mesma forma, o som não diegético é um ruído que os personagens não conseguem ouvir porque ocorre fora do mundo ficcional que é criado.
CONCLUSÃO
Então, o que é diegese no cinema? É essencialmente o mundo narrativo concebido pelo cineasta. E inclui todos os personagens, sons, eventos e elementos do mundo fictício que ocorrem no mundo.
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