Hugo Münsterberg foi um dos pioneiros na teoria do cinema, abordou o meio sob uma perspectiva psicológica e estética em seu livro The Photoplay: A Psychological Study, publicado em 1916.
O Início do estudo cinematográfico por Hugo Münsterberg
Münsterberg iniciou seu estudo após assistir a filmes por cerca de dez meses, período no qual pesquisou muito o cinema e sua história. Mesmo com seu constrangimento em ser visto em cinemas, ele se dedicou a entender o impacto psicológico e estético do cinema.
No livro “As Principais Teorias do Cinema,” na página 25, Dudley Andrew diferencia os desenvolvimentos “internos” (sociais) dos “externos” (tecnológicos) do cinema, argumentando que a tecnologia forneceu o corpo do cinema, enquanto a sociedade deu vida a esse corpo (ANDREW, 1976, p. 25).
A importância da narrativa no cinema, segundo Munsterberg
Para Dudley Andrew, o cinema narrativo era a verdadeira expressão do meio. Segundo ele, Munsterberg afirmou que “Registrar emoções deve ser o objetivo central da peça cinematográfica”. Andrew explica que, para Munsterberg, a forma do cinema deve espelhar os acontecimentos mentais, e que o cinema não é o veículo do mundo, mas da mente.
Para Munsterberg os documentários e filmes educacionais, embora tenham funções sociais valiosas, não atingem o status de peça cinematográfica, pois esta é baseada no movimento dos processos mentais (ANDREW, 1976, p. 29-30).
Uma perspectiva influenciada pela filosofia de Immanuel Kant
Na parte estética de seu livro, Munsterberg adota uma perspectiva kantiana, analisando o valor e a função do cinema. Ele argumenta que a experiência estética transcende o mundo fenomênico e que o cinema, como forma de arte, possui um valor intrínseco que vai além das funções tecnológicas ou sociais.
Ainda, segundo Dudley Andrew: “Munsterberg foi em primeiro lugar e sempre um filósofo, um idealista da escola neokantiana. E é a estética kantiana que ele nos entrega pré-embrulhada no início da parte 2 de seu livro. Seguindo Kant, Munsterberg utiliza um tipo inteiramente diferente de análise quando se volta da psicologia para a estética” (ANDREW, 1976, p. 29).
Referências
ANDREW, J. D. As Principais Teorias do Cinema. São Paulo: Editora Jorge Zahar, 1976.