Câmera subjetiva: como a filmagem do ponto de vista do personagem pode aprofundar a experiência do espectador

O que é a câmera subjetiva?

A câmera subjetiva é uma técnica cinematográfica em que a câmera assume o ponto de vista de um dos personagens, mostrando a cena do filme como se fosse vista através dos olhos desse personagem.

Como funciona a câmera subjetiva?

A câmera subjetiva é geralmente utilizada em cenas em que o personagem está interagindo com o ambiente ao seu redor. Nesse tipo de cena, a câmera é posicionada de forma a representar o ponto de vista do personagem, como se estivesse olhando diretamente para o que ele está vendo. Isso é feito através do uso de uma câmera na mão ou de um equipamento especial, como um capacete com uma câmera acoplada.

O medo e câmera subjetiva

O uso da câmera subjetiva é frequentemente associado a filmes de suspense e terror, onde é usado para aumentar a tensão e o medo.

Ao colocar o espectador na perspectiva do personagem, a câmera subjetiva faz com que o público sinta o perigo de forma mais intensa. Por exemplo, em um filme de terror, a câmera subjetiva pode nos colocar no lugar do personagem enquanto ele é perseguido, aumentando nossa sensação de vulnerabilidade e medo.

Exemplo clássico em “Psicose” (1960)

Neste filme, Hitchcock utiliza a câmera subjetiva de forma inovadora e assustadora para nos colocar na mente do assassino, criando uma experiência angustiante e imersiva.

A cena do chuveiro, em particular, é um exemplo icônico de como a câmera subjetiva pode ser usada para criar suspense e terror.

Outro exemplo notável é o filme “Janela Indiscreta” (1954)

também dirigido por Alfred Hitchcock. Neste filme, a câmera subjetiva é usada para nos colocar na posição do protagonista, que está confinado a uma cadeira de rodas e passa o tempo observando seus vizinhos pela janela. A técnica nos faz sentir como se estivéssemos espionando junto com o personagem, criando uma sensação de voyeurismo e mistério.

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marciosoares

Márcio Heleno Soares é realizador de cinema, roteirista e produtor. Dirigiu os curtas Memórias de um Celular (2008), Lambari (2012), Não Há Gatos na Casa (2013), Azul Prussiano (2016). Foi produtor dos longas “O Cineasta” de Leandro Martins e “Planeta Escarlate” de Dellani Lima. Recebeu diversos prêmios incluindo o de melhor filme no Vivo Arte.Mov 2008 e Melhor Curta na Mostra Municípios do Goiânia Mostra Curtas. Seus trabalhos já foram exibidos em grandes festivais brasileiros como Festival do Rio, Tiradentes e Cine Ceará. Atualmente é diretor de produção da UNEC TV e um dos organizadores da Mostra Nacional de Cinema de Caratinga – Olhares do Interior. Em 2020 compôs o corpo de jurados do Festival de Cinema CINEFORTE da Paraíba.