A relação entre o cinema e a psicanálise

As histórias vão muito além do que os olhos podem ver. Por trás das cenas, há um mundo de significados ocultos, reflexões profundas e uma conexão íntima com a psique humana. A relação entre cinema e psicanálise é um fascinante mergulho nas profundezas da mente, revelando verdades sobre quem somos e como funcionamos.

O que é a psicanálise?

A psicanálise é um método terapêutico criado pelo famoso médico neurologista Sigmund Freud, austríaco que viveu de 1856 até 1939. Essencialmente é uma teoria da personalidade humana é um procedimento da psicoterapia que influenciou diversas outras vertentes de pensamento e disciplinas humanas, criando uma grande base teórica para as formas atuais que temos de compreensão da ética, moralidade e cultura humana.

Como os filmes nos fazem refletir sobre nós mesmos?

Ao assistir a um filme, somos transportados para realidades alternativas, onde podemos vivenciar as emoções e experiências dos personagens de forma intensa e imersiva. O que talvez não percebamos é que, nesse processo, estamos também explorando os recantos mais profundos de nossa própria psique. Os filmes nos desafiam a refletir sobre nossas próprias vidas, relacionamentos e dilemas existenciais, muitas vezes revelando aspectos de nós mesmos que desconhecíamos.

A compreensão da mente humana

A psicanálise, por sua vez, encontra no cinema uma poderosa ferramenta para a compreensão da mente humana. Os filmes podem servir como exemplos vivos de teorias psicanalíticas, permitindo-nos compreender conceitos como o inconsciente, a repressão e a dinâmica dos desejos e medos humanos. Assim, a relação entre cinema e psicanálise vai muito além do entretenimento. 

O filme “Persona” de Ingmar Bergman

Um filme clássico que aborda temas psicanalíticos é “Persona”, dirigido por Ingmar Bergman e lançado em 1966. O filme é conhecido por sua narrativa complexa e simbólica, explorando questões de identidade, personalidade e conexão emocional.

A história gira em torno de uma enfermeira, interpretada por Bibi Andersson, que é designada para cuidar de uma atriz, interpretada por Liv Ullmann, que parou de falar. Conforme as duas mulheres passam tempo juntas em uma casa de praia isolada, suas identidades começam a se fundir, levando a uma profunda exploração das fronteiras entre suas personalidades.

marciosoares

Márcio Heleno Soares é realizador de cinema, roteirista e produtor. Dirigiu os curtas Memórias de um Celular (2008), Lambari (2012), Não Há Gatos na Casa (2013), Azul Prussiano (2016). Foi produtor dos longas “O Cineasta” de Leandro Martins e “Planeta Escarlate” de Dellani Lima. Recebeu diversos prêmios incluindo o de melhor filme no Vivo Arte.Mov 2008 e Melhor Curta na Mostra Municípios do Goiânia Mostra Curtas. Seus trabalhos já foram exibidos em grandes festivais brasileiros como Festival do Rio, Tiradentes e Cine Ceará. Atualmente é diretor de produção da UNEC TV e um dos organizadores da Mostra Nacional de Cinema de Caratinga – Olhares do Interior. Em 2020 compôs o corpo de jurados do Festival de Cinema CINEFORTE da Paraíba.